1. O que é esteatose hepática?
Esteatose hepática é a presença de gordura depositada no fígado. A esteatose pode acontecer por diversos motivos, incluindo ingestão de bebida alcoólica, uso de algumas medicações e hepatites virais. Outra causa importante de esteatose hepática é a síndrome metabólica, caracterizada por alterações como sobrepeso, obesidade, diabetes, hipertensão arterial e alterações de colesterol. Como estas doenças vêm crescendo na população, a prevalência da esteatose também tem aumentado nos últimos anos. Alguns pacientes com síndrome metabólica e esteatose apresentam ainda inflamação do fígado, o que é conhecido como esteato-hepatite não-alcoólica (NASH, do inglês nonalcoholic steatohepatitis).
A importância do diagnóstico da esteatose hepática é que um subgrupo destes pacientes tem um risco considerável de desenvolvimento de complicações hepáticas como cirrose e câncer de fígado.
2. Quais os sintomas da esteatose?
A esteatose hepática costuma ser assintomática, sendo descoberta em exames de rotina muitas vezes solicitados por outros motivos. Deve ser suspeitada em pacientes que tenham fatores de risco para esta doença (sobrepeso, obesidade, diabetes, hipertensão arterial e/ou alterações de colesterol).
3. Como é feito o diagnóstico da esteatose?
O diagnóstico de esteatose hepática é feito na maioria dos casos através de exames de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética de abdômen.
Porém, os exames de imagem não são suficientes para identificar entre os pacientes com esteatose aqueles com maior risco de desenvolvimento de cirrose e câncer de fígado. Por isso, podem ser necessários exames de sangue para avaliação de lesão e função hepática, endoscopia digestiva alta e em alguns casos biópsia do fígado. Alguns pacientes também podem se beneficiar da realização da medida da elastografia do fígado (Fibroscan). Esta medida ajuda a estimar se a lesão do fígado está em fase inicial ou avançada.
4. Qual é o tratamento da esteatose?
As principais complicações relacionadas à cirrose são:
O objetivo do tratamento da esteatose deve ser evitar a progressão para complicações hepáticas (especialmente cirrose e câncer de fígado) e de outros órgãos, já que esses pacientes também têm um risco aumentado de doenças cardiovasculares.
O tratamento deve ser direcionado principalmente para as causas da esteatose. Desta forma, o controle da glicemia, do colesterol e da pressão arterial são muito importantes.
A perda de peso costuma ser uma medida essencial no tratamento. É necessária uma perda de pelo menos 3 a 5% do peso, mas perdas maiores que 10% podem levar mais benefício para o paciente. Para isso, é recomendada dieta de baixa caloria e atividade física.
O tratamento com medicações específicas para a esteatose ainda não está bem estabelecido. A droga de primeira linha segundo a Associação Americana para Estudo das Doenças do Fìgado (AASLD) é a vitamina E. Porém, esta medicação só é indicada para um subgrupo dos pacientes (aqueles com NASH comprovada por biópsia hepática e que não têm diabetes nem cirrose). Para os demais pacientes, apenas as medidas gerais descritas anteriormente estão recomendadas.
Por toda a complexidade desta doença, pacientes com esteatose devem ser acompanhados periodicamente por uma equipe multiprofissional, incluindo médicos, nutricionista e educador físico.
Já publicou trabalhos em diversos congressos nacionais e internacionais, tendo sido premiado como Jovem Pesquisador no congresso europeu de Hepatologia em Barcelona em 2016, quando passou a fazer parte da Sociedade Européia para Estudo do Fígado (EASL). Foi ainda eleito em 2019 para o Comitê Diretor do Grupo de Interesse Especial em Hipertensão Portal da Associação Americana para Estudo das Doenças do Fígado (AASLD). Além disso, já publicou artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, escreveu e revisou diversos capítulos em livros médicos e é revisor de revistas científicas internacionais na área de Hepatologia e Gastroenterologia.
Internação hospitalar é um momento muitas vezes delicado e difícil para o paciente e sua família. O Dr. Rafael Ximenes possui ampla experiência no tratamento de pacientes internados por doenças hepáticas, pancreáticas e gastrintestinais, dedicando o cuidado e a atenção necessária ao paciente e sua família.
Também faz avaliação especializada em Hepatologia e Gastroenterologia a pedido de outros médicos caso seja necessário.
A cirrose pode ser causada por diversas doenças do fígado, como aquela relacionada a ingestão de bebidas alcoólicas, hepatites virais B e C e esteatose hepática (“gordura no fígado”). Pode não levar a sintomas por vários anos, até o surgimento de complicações como olhos e pele amarelados (icterícia), acúmulo de líquido no abdome (ascite), sangramento digestivo e alterações do sono e confusão mental (encefalopatia hepática).
O atendimento do paciente com cirrose e voltado para identificar e tratar sua causa, pesquisar a presença de complicações e tomar medidas para tratá-las e preveni-las e avaliar a necessidade de transplante de fígado.
Biópsia do Fígado
Trata-se de um procedimento invasivo voltado para o diagnóstico da causa da alteração do fígado e de sua gravidade. Pode ser feito sem necessidade de internação na maioria dos casos.
A biópsia do fígado é realizada com anestesia local utilizando-se uma agulha que retira um fragmento do fígado para análise por um médico patologista.
Paracentese
Trata-se da retirada de líquido acumulado no abdome (conhecido como ascite), que na maior parte das vezes ocorre em pacientes com cirrose (embora outras doenças também possam levar a ascite). Na maioria dos casos, pode ser feito sem necessidade de internação.
A paracentese é feita com anestesia local utilizando-se uma agulha e pode ser indicada para análise do líquido (para saber sua causa e se há infecção por bactérias) e/ou alívio dos sintomas que ele pode causar, como falta de ar e dificuldade para se alimentar.
Ligadura Elástica
trata-se de um procedimento realizado através de uma endoscopia que serve para tratar veias dilatadas no esôfago (“varizes”) que aparecem por aumento da pressão da veia do fígado, na maioria das vezes em pacientes com cirrose. Seu objetivo é tratar e prevenir sangramento digestivo por ruptura dessas varizes.
Injeção de Cianoacrilato
trata-se de um procedimento realizado através de uma endoscopia que serve para tratar veias dilatadas no esôfago (“varizes”) que aparecem por aumento da pressão da veia do fígado, na maioria das vezes em pacientes com cirrose. Seu objetivo é tratar e prevenir sangramento digestivo por ruptura dessas varizes.
Também conhecida como “ultrassom endoscópico”, trata-se de um procedimento avançado que utiliza um tubo de endoscopia com um aparelho de ultrassonografia na sua ponta.
É indicada para algumas doenças do pâncreas (como pancreatite, cistos, nódulos e tumores), vesícula biliar (pesquisa de pequenas pedras chamadas “microcálculos”), vias biliares e lesões do esôfago, estômago e duodeno.
Além de ter uma imagem com alta precisão mesmo para lesões pequenas, a ecoendoscopia permite a realização de biópsia para ajudar no diagnóstico dessas lesões.