Biópsia hepática é a retirada de um pequeno fragmento do fígado para ser analisado em detalhes. Este fragmento representa cerca de 1/50.000 do tamanho total do fígado, e por isso sua retirada não traz nenhum prejuízo ao órgão. Apesar do tamanho pequeno, o fragmento obtido na biópsia traz informações valiosas para a análise do fígado.
As principais indicações de biópsia do fígado são:
– Nódulos do fígado: a biópsia é o melhor exame para nos dar a certeza do tipo de nódulo apresentado pelo paciente. O fígado pode ter nódulos benignos que não trazem risco de câncer (hemangiomas e hiperplasia nodular focal, por exemplo), nódulos benignos com risco de transformação em câncer (adenomas, por exemplo) e nódulos que já são malignos, como cânceres que se originam no fígado ou que se iniciaram em outro órgão e atingiram o fígado. A biópsia é indicada quando os outros exames não conseguiram dar um diagnóstico preciso do tipo de nódulo apresentado pelo paciente.
– Alteração do fígado sem causa definida: há casos em que o paciente apresenta alteração de marcadores de lesão do fígado (como AST/TGO, ALT/TGP, fosfatase alcalina e gama GT) mas os exames iniciais não conseguem determinar sua causa. Nestes casos, a biópsia hepática pode ajudar a esclarecer o diagnóstico de forma mais confiável.
– Investigação da gravidade da doença do fígado: a gravidade de uma doença do fígado depende de fatores como o grau de lesão que ela gera e, principalmente, o grau de fibrose hepática (tecido de cicatriz que se forma na regeneração do fígado quando ele sofre lesão). É a progressão da fibrose hepática que leva a cirrose, e a biópsia hepática é o melhor exame para determinar o grau de fibrose.
Existem mais de uma forma de realização de biópsia hepática, cada uma delas com suas vantagens e desvantagens. A principal delas é a chamada biópsia hepática percutânea (através da pele). Por este método, primeiramente é identificado por um exame de imagem (como a ultrassonografia) o local que se pretende biopsiar. É realizada então a limpeza da região e a anestesia local, precedida muitas vezes por uma sedação leve para conforto do paciente. Faz-se uma pequena incisão na pele (cerca de 0,5 a 1 cm) através da qual se introduz uma agulha até o fígado para a retirada do fragmento. É colocado um curativo no local e, após algumas horas de repouso deitado, o paciente é liberado para casa.
Além da biópsia percutânea, pode-se realizar a biópsia hepática cirúrgica (normalmente durante uma cirurgia indicada por outros motivos), biópsia transjugular (realizada por um cateterismo da veia do fígado através da veia do pescoço e pouco disponível no Brasil) e, mais recentemente, a biópsia hepática por ecoendoscopia. Esta última é feita com o paciente sedado e sem nenhum tipo de corte, através de um exame que combina endoscopia e ultrassonografia. Nela o fígado é biopsiado através do estômago ou do começo do intestino delgado (duodeno). Trata-se de um método mais moderno, que é factível e seguro quando bem indicado e realizado por médico adequadamente treinado.
Os principais riscos da biópsia hepática são:
– Dor no local da biópsia ou no ombro direito: é a principal complicação relatada, ocorrendo em cerca de 30% dos pacientes. Na maioria dos casos a dor é leve a moderada e é controlada com remédios.
– Sangramento: sangramentos graves podem acontecer em 1 a cada 500 a 1.000 biópsias (0,1 a 0,2%). Apesar de raros, quando acontecem podem levar à necessidade de transfusão de sangue, cirurgias ou outros procedimentos invasivos para o controle adequado.
– Alterações cardíacas e pulmonares pela sedação (extremamente incomuns).
– Punção de outros órgãos: apesar da proximidade do fígado com órgãos como a vesícula biliar, rim direito e pulmão, utilizando-se exames de imagem para guiar a biópsia é extremamente raro que a ela atinja algum deles.
O Dr. Rafael Ximenes é hepatologista com experiência em procedimentos invasivos, incluindo biópsia hepática percutânea e por ecoendoscopia, esta última realizada por poucos médicos no Brasil. Utiliza apenas materiais de alto padrão para oferecer o melhor resultado possível. Preza muito pela segurança e conforto do paciente, fazendo o procedimento com a técnica mais adequada para cada caso. Agende sua avaliação!
Já publicou trabalhos em diversos congressos nacionais e internacionais, tendo sido premiado como Jovem Pesquisador no congresso europeu de Hepatologia em Barcelona em 2016, quando passou a fazer parte da Sociedade Européia para Estudo do Fígado (EASL). Foi ainda eleito em 2019 para o Comitê Diretor do Grupo de Interesse Especial em Hipertensão Portal da Associação Americana para Estudo das Doenças do Fígado (AASLD). Além disso, já publicou artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, escreveu e revisou diversos capítulos em livros médicos e é revisor de revistas científicas internacionais na área de Hepatologia e Gastroenterologia.
Internação hospitalar é um momento muitas vezes delicado e difícil para o paciente e sua família. O Dr. Rafael Ximenes possui ampla experiência no tratamento de pacientes internados por doenças hepáticas, pancreáticas e gastrintestinais, dedicando o cuidado e a atenção necessária ao paciente e sua família.
Também faz avaliação especializada em Hepatologia e Gastroenterologia a pedido de outros médicos caso seja necessário.
A cirrose pode ser causada por diversas doenças do fígado, como aquela relacionada a ingestão de bebidas alcoólicas, hepatites virais B e C e esteatose hepática (“gordura no fígado”). Pode não levar a sintomas por vários anos, até o surgimento de complicações como olhos e pele amarelados (icterícia), acúmulo de líquido no abdome (ascite), sangramento digestivo e alterações do sono e confusão mental (encefalopatia hepática).
O atendimento do paciente com cirrose e voltado para identificar e tratar sua causa, pesquisar a presença de complicações e tomar medidas para tratá-las e preveni-las e avaliar a necessidade de transplante de fígado.
Biópsia do Fígado
Trata-se de um procedimento invasivo voltado para o diagnóstico da causa da alteração do fígado e de sua gravidade. Pode ser feito sem necessidade de internação na maioria dos casos.
A biópsia do fígado é realizada com anestesia local utilizando-se uma agulha que retira um fragmento do fígado para análise por um médico patologista.
Paracentese
Trata-se da retirada de líquido acumulado no abdome (conhecido como ascite), que na maior parte das vezes ocorre em pacientes com cirrose (embora outras doenças também possam levar a ascite). Na maioria dos casos, pode ser feito sem necessidade de internação.
A paracentese é feita com anestesia local utilizando-se uma agulha e pode ser indicada para análise do líquido (para saber sua causa e se há infecção por bactérias) e/ou alívio dos sintomas que ele pode causar, como falta de ar e dificuldade para se alimentar.
Ligadura Elástica
trata-se de um procedimento realizado através de uma endoscopia que serve para tratar veias dilatadas no esôfago (“varizes”) que aparecem por aumento da pressão da veia do fígado, na maioria das vezes em pacientes com cirrose. Seu objetivo é tratar e prevenir sangramento digestivo por ruptura dessas varizes.
Injeção de Cianoacrilato
trata-se de um procedimento realizado através de uma endoscopia que serve para tratar veias dilatadas no esôfago (“varizes”) que aparecem por aumento da pressão da veia do fígado, na maioria das vezes em pacientes com cirrose. Seu objetivo é tratar e prevenir sangramento digestivo por ruptura dessas varizes.
Também conhecida como “ultrassom endoscópico”, trata-se de um procedimento avançado que utiliza um tubo de endoscopia com um aparelho de ultrassonografia na sua ponta.
É indicada para algumas doenças do pâncreas (como pancreatite, cistos, nódulos e tumores), vesícula biliar (pesquisa de pequenas pedras chamadas “microcálculos”), vias biliares e lesões do esôfago, estômago e duodeno.
Além de ter uma imagem com alta precisão mesmo para lesões pequenas, a ecoendoscopia permite a realização de biópsia para ajudar no diagnóstico dessas lesões.