1. Quais os riscos associados à ingestão de bebidas alcoólicas?
O álcool pode gerar uma série de danos ao nosso organismo, sendo a primeira causa de morte entre homens jovens (entre 15 e 59 anos). Apesar de ser mais frequente ouvirmos falar do risco de lesão do fígado, outros órgãos também podem ser agredidos, como o esôfago, estômago, pâncreas, coração, cérebro e os nervos periféricos.
A ingestão de bebidas alcoólicas pode levar ao aparecimento de cirrose, pancreatite, câncer (de fígado, esôfago e boca, por exemplo) aumento da pressão arterial, insuficiência cardíaca, perda de memória, alteração de comportamento, dependência física e psicológica, dificuldades para caminhar, dor e queimação nos pés e nas pernas, entre outras coisas.
Apesar da maioria destas alterações aparecerem após anos de ingestão de bebidas alcoólicas, a curto prazo o álcool pode trazer prejuízos para o trabalho, problemas familiares, intoxicação aguda (inclusive coma) e um aumento do risco de se envolver em situações de violência e acidentes de trânsito, incluindo casos fatais.
2. Qual a quantidade segura de ingestão de bebidas alcoólicas?
Infelizmente, não existe um limite completamente seguro de ingestão de bebidas alcoólicas. Para pessoas com predisposição, mesmo pequenas quantidades diárias podem gerar problemas.
Do ponto de vista do fígado, é sabido que a ingestão de mais de 40g de álcool por dia para homens e 20g de álcool por dia para mulheres pode levar a cirrose. Para se ter uma idéia, uma dose de bebida (equivalente a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de uísque) contém cerca de 15g de álcool.
Beber todos os dias, assim como beber mais de 14 doses por semana, são outros fatores de risco para cirrose. Além disso, a ingestão de grande quantidade de bebidas alcoólicas em uma única ocasião (mais de 4 doses em menos de 2 horas), também é considerada uma situação de risco, mesmo que feita de forma esporádica.
3. Existe benefício de se ingerir pequenas quantidades de bebidas alcoólicas todos os dias?
Apesar de existirem evidências de um menor risco cardiovascular em pessoas que bebem diariamente pequena quantidade de bebidas alcoólicas (especialmente o vinho), pode ser que este benefício seja menor que os potenciais riscos associados a este hábito. Existem trabalhos mostrando que mesmo pequenas quantidades diárias de álcool estão associadas a um maior risco de morte por cirrose.
4. Qual médico deve ser procurado caso a pessoa tenha problemas associados à ingestão de bebidas alcoólicas?
A pessoa que apresenta problemas relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas precisa de acompanhamento multiprofissional. Podem ser necessárias consultas com gastroenterologista, hepatologista, cardiologista, neurologista, psiquiatra, psicólogo e nutricionista, a depender do caso. Na maioria das vezes, o primeiro médico procurado é o hepatologista ou o psiquiatra que, caso necessário, encaminhará o paciente aos demais especialistas.
Já publicou trabalhos em diversos congressos nacionais e internacionais, tendo sido premiado como Jovem Pesquisador no congresso europeu de Hepatologia em Barcelona em 2016, quando passou a fazer parte da Sociedade Européia para Estudo do Fígado (EASL). Foi ainda eleito em 2019 para o Comitê Diretor do Grupo de Interesse Especial em Hipertensão Portal da Associação Americana para Estudo das Doenças do Fígado (AASLD). Além disso, já publicou artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, escreveu e revisou diversos capítulos em livros médicos e é revisor de revistas científicas internacionais na área de Hepatologia e Gastroenterologia.
Internação hospitalar é um momento muitas vezes delicado e difícil para o paciente e sua família. O Dr. Rafael Ximenes possui ampla experiência no tratamento de pacientes internados por doenças hepáticas, pancreáticas e gastrintestinais, dedicando o cuidado e a atenção necessária ao paciente e sua família.
Também faz avaliação especializada em Hepatologia e Gastroenterologia a pedido de outros médicos caso seja necessário.
A cirrose pode ser causada por diversas doenças do fígado, como aquela relacionada a ingestão de bebidas alcoólicas, hepatites virais B e C e esteatose hepática (“gordura no fígado”). Pode não levar a sintomas por vários anos, até o surgimento de complicações como olhos e pele amarelados (icterícia), acúmulo de líquido no abdome (ascite), sangramento digestivo e alterações do sono e confusão mental (encefalopatia hepática).
O atendimento do paciente com cirrose e voltado para identificar e tratar sua causa, pesquisar a presença de complicações e tomar medidas para tratá-las e preveni-las e avaliar a necessidade de transplante de fígado.
Biópsia do Fígado
Trata-se de um procedimento invasivo voltado para o diagnóstico da causa da alteração do fígado e de sua gravidade. Pode ser feito sem necessidade de internação na maioria dos casos.
A biópsia do fígado é realizada com anestesia local utilizando-se uma agulha que retira um fragmento do fígado para análise por um médico patologista.
Paracentese
Trata-se da retirada de líquido acumulado no abdome (conhecido como ascite), que na maior parte das vezes ocorre em pacientes com cirrose (embora outras doenças também possam levar a ascite). Na maioria dos casos, pode ser feito sem necessidade de internação.
A paracentese é feita com anestesia local utilizando-se uma agulha e pode ser indicada para análise do líquido (para saber sua causa e se há infecção por bactérias) e/ou alívio dos sintomas que ele pode causar, como falta de ar e dificuldade para se alimentar.
Ligadura Elástica
trata-se de um procedimento realizado através de uma endoscopia que serve para tratar veias dilatadas no esôfago (“varizes”) que aparecem por aumento da pressão da veia do fígado, na maioria das vezes em pacientes com cirrose. Seu objetivo é tratar e prevenir sangramento digestivo por ruptura dessas varizes.
Injeção de Cianoacrilato
trata-se de um procedimento realizado através de uma endoscopia que serve para tratar veias dilatadas no esôfago (“varizes”) que aparecem por aumento da pressão da veia do fígado, na maioria das vezes em pacientes com cirrose. Seu objetivo é tratar e prevenir sangramento digestivo por ruptura dessas varizes.
Também conhecida como “ultrassom endoscópico”, trata-se de um procedimento avançado que utiliza um tubo de endoscopia com um aparelho de ultrassonografia na sua ponta.
É indicada para algumas doenças do pâncreas (como pancreatite, cistos, nódulos e tumores), vesícula biliar (pesquisa de pequenas pedras chamadas “microcálculos”), vias biliares e lesões do esôfago, estômago e duodeno.
Além de ter uma imagem com alta precisão mesmo para lesões pequenas, a ecoendoscopia permite a realização de biópsia para ajudar no diagnóstico dessas lesões.